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Stranger Things: uma declaração de amor aos anos 80

Stranger Things
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Não está entre minhas práticas comuns escrever resenhas de filmes ou séries, menos ainda publicá-las aqui, mas hoje resolvi abrir uma exceção. Acabei de ver o último episódio e preciso dizer algo a vocês: Stranger Things não é apenas uma série ambientada nos anos 80, é quase uma declaração de amor àquela que por muitos é chamada de “a década perdida”. A trilha sonora (synth power!) e as menções musicais (David Bowie, The Clash, The Smiths, Joy Division); as referências do mundo geek (Dungeons & Dragons; Senhor dos Anéis; HQs; Stephen King), do cinema (Steve, o playboy do rolê, se compara ao protagonista de “Negócio arriscado”, estrelado por Tom Cruise; aparecem muitos posters de clássicos: “Tubarão”, “A coisa”, “Uma Noite Alucinante”) e da moda (com modelitos que muita gente tá usando hoje e recriando tendências); os carros e suas cores tão diversas; as personagens clichês que vão se transformando ao longo da narrativa.
Além desses elementos, temos pelo menos mais quatro: Finn Wolfhard (Mike, o de bom coração), Gaten Matarazzo (Dustin, a criança mais fofa do universo), Caleb McLaughlin (Lucas, o sempre sensato), Noah Schnapp (Will, o desaparecido) e Millie Bobby Brown (Eleven, a fugitiva), o núcleo infantil da narrativa.
Dizer que esta ou aquela personagem é o protagonista seria menosprezar o papel das demais. A importância que cada uma assume na narrativa é bastante equilibrada. O foco narrativo nos empurra a ver as coisas ora a partir de uma, ora a partir de outra. Ora os adultos, ora as crianças. Ora o presente, ora o passado.
Ah, se não bastasse tudo isso, ainda tem Wynona Rider (Os Fantasmas se Divertem; Edward mãos-de-tesoura) e Matthew Modine (Asas da Liberdade; Nascido para Matar), outras duas lendas que estouraram nos 80.
E parece que o sucesso da série, exclusiva do Netflix, não foi só aqui em casa. “BRAZIL LOVES STRANGER THINGS” é um dos trending topics do Twitter nas últimas horas.
Enfim, tanto para os nostálgicos quanto para os entusiastas, são 8 episódios difíceis de ver sem emendar um no outro. Pra quem vai nessa, boa diversão!

By Sandro Brincher

Eu sou aquele que, de fones nos ouvidos, através da janela empoeirada do ônibus, perscruta os paralelepípedos irregulares da calçada de um parque à procura de alguém que tenha, ao resgatar do fundo das algibeiras um maço de cigarros molhados pela chuva que acaba de dar trégua, derrubado um bilhete premiado de loteria.

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