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Dicas (meio vagas) para acabar 2013 pobre, mas feliz

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A Cosac Naify, editora que faz os livros mais lindos do mundo, prorrogou até hoje uma promoção incrível. São mais de 300 títulos com preços de no máximo R$ 19,90. Uma amiga me pediu umas sugestões [nada de teoria, só ficção e afins] e eu fiz uma listinha. É bem superficial, mas queria compartilhar logo que é pra vocês não perderem essa barca. Partiu pobreza.

  • O filho de mil homensValter Hugo Mãe. É um dos meus autores portugueses preferidos da atualidade, mas nunca li este livro especificamente. A máquina de fazer espanhóis, entretanto, li e recomendo veementemente.
  • História do cabelo, O passadoHistória do pranto  – Alan Pauls. Li “A história do pranto” [denso, tenso, experimental, lindo; não recomendável a quem procura um romance do tipo “uma boa história, bem contadinha”; não é desses] e adorei, mas fiquei curiosíssimo com a sinopse de História do cabelo.
  • A brincadeira favoritaLeonard Cohen. O Cohen é tipo um guru indie “avant la lettre”: compositor super celebrado, poeta e romancista. Este aqui ele escreveu em 63, antes de começar a carreira musical.
  • Ligeiramente fora de focoRobert Capa. É um romance biográfico, uma biografia romantizada, como queiram. O cara teve uma vida que por si só já valia a aquisição, mas melhor do que isso é o fato de que ele sabe narrar muito bem essa vida loka que teve.
  • O sonho dos heróisAdolfo Bioy Casares. Ele é o pica das galáxias do romance argentino atual, mas dele eu só li “A invenção de Morel” mesmo [bom pra caralho].
  • Gran cabaret demenzialVeronica Stigger. A Veronica – assim como seu conterrâneo Daniel Galera e mais uma rapeize moderna que tá super badalada na crítica atual –  curte tocar o terror. As histórias são sempre meio absurdas, eróticas, podronas, enfim. Os anões é tudo que eu conheço dela, mas indico este aqui pelo preço mesmo.
  • Sete vidas – sete contos mínimos de gatosHeloisa Seixas. Nunca li os contos dela, mas li O lugar Escuro, romance lindo, angustiante e impossíveldeparardeler, no qual ela conta a história de sua convivência com a mãe [que é acometida pelo Alzheimer]. Curiosidade: ela é casada com Ruy Castro, também escritor [lembra daquelas baitas biografias de Carmen Miranda e Nelson Rodrigues? Foi ele].
  • Nos penhascos de mármoreErnst Jünger. Romance de guerra, a especialidade deste senhor, que foi oficial do exército alemão nas duas guerras e ficou “esquecido” por muito tempo por conta disso. Sua literatura, entretanto, não é um elogio ao nazismo. Li há poucos meses, por indicação do Giovani [bibliotecário da BU/UFSC e a pessoa que eu conheço que mais lê “Literatura mesmo”, Tempestades de aço, que é um petardo do mesmo gênero.
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Cotidiano Textos

Essenciais e imperdíveis

A historinha de hoje é sobre um rapaz que queria, mas não podia.

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Aproveitando a mega promoção de fim de ano da Cosac Naify, o cidadão faz aquela lista dos sonhos, só pra sentir como é ter um ZoeiraCard [sem limites]. Depois de selecionar só os “essenciais” e os “imperdíveis”, adiciona o CEP [só pra saber quanto ficaria tudo com o frete]. Olha para a cifra astronômica, para a lista mais maravilhosa da Terra [faltou só “O vermelho e o negro” (Stendhal), fora da promoção] e para o saldo bancário. Reflete um pouco sobre sociedade de consumo, ostentação bibliófila e vida simples, dá um suspiro, clica em cancelar e diz [com convicção duvidosa]:

Eu nem precisava deles mesmo.

Uma lágrima, furtiva e densa, escorre em seu rosto enquanto se dirige à estante cheia de livros ainda não lidos. É um vencedor, embora não acredite.

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Cotidiano

Pedofolia, carnaval e radicais

Me pedem sugestão para o nome dum baile de carnaval infantil, sugiro Pedofolia, aí me esculacham impiedosamente. Francamente, tá cada vez mais difícil viver num mundo no qual as pessoas não manjam dos radicais gregos.

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